iPad sendo segurando pela minha mão esquerda. Ao fundo, um café em Lisboa, Portugal.

Por que eu abandonei?


Começo de ano. Muita gente gosta de criar metas. Anota tudo num papel. Garante que dessa vez tudo será diferente. Vai ficar rico, vai emagrecer, vai ler mais. Às vezes pode acontecer.

Também gosto de criar metas para cada ano. Cada vez mais fico melhor nisso. Já entendi que é mil vezes melhor ter a meta destrinchada.

Estudos. Risca em baixo. Estudar mais. Não.

Estudos. Risca em baixo. Estudar todo dia ao menos: programação por 1 hora; inglês por 30 minutos; leitura de um livro clássico por 30 minutos. Coloca na agenda pro ano inteiro. Cria um documento no Notion por mês sobre isso. Sim.

Detalhado, mensurável. Focado.

Aliás, focado não. Creio que nunca fui. Minha cabeça funciona a 1000 km/h. Preciso fazer várias coisas durante o dia. Ler mais de um livro ao mesmo tempo. Fazer mais de um projeto.

Posso ser constante, obsessivo e disciplinado, mas não focado. Creio que foi um dos grandes pontos para me fazer chegar aqui.

Como disse o Steve Jobs, foco é dizer não. Sendo assim, segundo ele, então tenho foco. Eu achava que não sabia dizer não. Mas eu sei. Que muitas vezes é o mesmo que abandonar. Isso eu também sei, apesar de ser extremamente rígido pra muita coisa.

Abandonei Lorena, minha cidade, pra ir pra São Paulo, do jeito que dava e como dava, pra começar minha carreira com programação.

Abandonei muitas amizades e, infelizmente — ou felizmente —, parte da família que não têm uma visão de mundo que acredito ser certa.

Abandonei meu comodismo pra buscar uma vida digna.

Abandonei a StartSe, empresa que abriu as portas do meu lado profissional pra começar uma carreira internacional trabalhando na Automatiq remotamente, uma empresa americana de Nova Iorque.

Abandonei meu fanatismo pelo Palmeiras pra ter mais tempo de me desenvolver pessoal e profissionalmente.

Abandonei a CLT para ter minha própria empresa.

Abandonei São Paulo pra morar em Santos, em busca de mais tranquilidade — mas com estrutura —, muito influenciado pelo meu amigo Hugo.

Abandonei meu medinho de me quebrar todo pra começar o Jiu Jitsu, com o objetivo mínimo de pegar um grau na faixa branca.

Nas últimas semanas, tenho abandonado doces, muitos doces. Meu objetivo de 12% de gordura corporal pro final de 2024 vai precisar disso. Minha disciplina, também.

E você? O que já abandonou?

Porque tão importante quanto continuar é abandonar.