Uma das melhores maneiras de aprender conceitos novos é usar analogias. Pelo menos aprendi assim há pouco tempo. Quase sempre associo tudo no modo mais literal. Estou aprendendo a ver a vida de outro jeito, sem parecer uma máquina.

Falando em máquina, vou usar a analogia do computador.

Seu corpo é a lataria do computador, que protege os componentes internos; seu cérebro é o processador, que processa tudo e toma decisões; sua memória de curto prazo é a memória RAM, que acessa rapidamente informações que precisa na hora; sua memória de longo prazo é o HD, que guarda informações por um longo período ou permanentemente; seu coração é a bateria e fonte de alimentação, que bombeia energia pra tudo funcionar.

Você já vem com alguns aplicativos ou softwares instalados, mas você vai precisar instalar muitos outros. Pra isso você precisa baixá-los.

E pra baixá-los, algumas vezes, você precisa ler manuais ou documentações pra entender como funciona — quase sempre quando você não tem referências perto de você. Você pode achá-los ao conversar com pessoas boas, em livros, em vídeos, em artigos.

Alguns vêm com defeitos de fábrica e seria melhor você deletá-los — parte deles pode até te quebrar e fazer parar de funcionar. Alguns vêm com vírus, que são infectados pelo ambiente que você vive. Muitos outros, você precisa atualizar constantemente, porque nem tudo vai rodar da mesma maneira sempre.

Mesmo tendo inúmeros computadores parecidos (MacBook Air, MacBook Pro, iMac, Dell Inspiron, Acer Aspire, Positivo Vision, dentre outros), cada um desses é único — e espero que você não seja um Positivo, mas também não seja um negativo. Cada um é usado de um jeito. Perfeito, intacto, com tela quebrada, com arranhão. Com determinados softwares instalados, dos bilhões existentes, como esses:

• Procrastinação e entregar tudo aos 45 minutos do 2º tempo, no sufoco;
• Responsabilidade;
• Muita fofoca e falar mal dos outros;
• Investir em eventos e networking e focar na própria vida;
• Gastar 10 horas por dia com redes sociais;
• Comprar e ler livros por 1 hora todos os dias;
• Xingar muito no Twitter, ou X, porque o governo está atrapalhando a sua vida;
• Trabalhar e estudar com firme propósito de crescimento;
• Ficar triste porque você tem R$ 1 milhão de reais na conta e uma influencer do Instagram ganha isso por mês;
• Rezar e agradecer todos os dias pelo que tem;
• Comer doces todos os dias até passar mal;
• Praticar atividade física 5 vezes na semana;
• Nunca documentar nada do que aprendeu ou estudou;
• Escrever uma newsletter.

Você e eu temos softwares bons e ruins. A ideia é: se não conseguirmos desinstalar os ruins, que pelo menos não os abramos. Gastar quase zero memória e esforço com isso.

Que mantenhamos os softwares bons sempre atualizados. Muitas vezes será difícil. Pode ser que o computador não aguente rodar. Aí será preciso trocar um componente aqui ou ali.

Talvez ajude se você programar uma inteligência artificial pra abrir apenas os bons aplicativos. Utopia? Por ora, pode ser, mas não duvido de mais nada nessa vida.

Enquanto isso, espero que você e eu vivamos da melhor forma com nossa inteligência não-artificial.